Brevemente todos os associados serão chamados a reflectir sobre o futuro da Quercus. Está neste momento a ser organizado um Congresso subordinado ao tema “A Quercus e o Futuro” que deverá realizar-se em Castelo Branco no início do próximo mês de Junho.
A participação de todos neste congresso é fundamental para que se consigam estabelecer novas linhas de orientação relativamente ao funcionamento da Associação, principalmente no que diz respeito às questões internas.
Ao longo dos seus 18 anos de existência, a Quercus tem vindo a assumir uma cada vez maior notoriedade devido ao seu excelente desempenho na defesa do ambiente. O claro reconhecimento do trabalho desenvolvido pela Quercus tem significado também uma maior solicitação, quer para intervir nos mais variados assuntos da área ambiental quer para apoiar e colaborar em iniciativas de outros grupos e organizações.
Se durante muito tempo o actual modelo de organização foi suficiente para fazer face às necessidades da Quercus, nos últimos anos não tem conseguido dar resposta ao crescendo de actividades e de solicitações à Associação. É necessário melhorar substancialmente o apoio logístico dos serviços de secretariado. Torna-se fundamental definir mecanismos adequados de comunicação interna que funcionem convenientemente entre a Direcção Nacional (DN), os Núcleos e os grupos que estejam a trabalhar em determinados projectos ou áreas específicas.
A estrutura interna da Associação também terá de ser revista de forma a adequá-la aos desafios actuais, nomeadamente no que diz respeito à nossa capacidade técnica, ao funcionamento da Direcção Nacional e representação ao nível local.
Tendo em conta a crescente exigência de uma maior capacidade técnica da Quercus em várias áreas do Ambiente e considerando que os grupos de trabalho estão actualmente representados praticamente pelo Centro de Informação de Resíduos (CIR), será necessário dotar a Associação de maiores competências em áreas tão fundamentais como a Conservação da Natureza e Jurídica.
Assim, em substituição dos grupos de trabalho, poderão ser criados, sob a administração da DN, secções em áreas técnicas específicas que permitam dar resposta às necessidades de actuação da Quercus, de funcionamento interno e de assessoria a outras estruturas da Associação, nomeadamente aos Núcleos.
No âmbito da representação ao nível local e regional a Quercus possui como estruturas fundamentais os Núcleos. Existem actualmente duas dezenas de núcleos regionais que se distribuem por todo o país, incluindo as Regiões Autónomas, mas alguns deles não funcionam de forma minimamente adequada.
Para reforçar a actuação da Associação ao nível local será imprescindível a reabilitação e renovação dos núcleos inactivos. Poderão também ser considerados novos modelos de representação em determinadas regiões cujos Núcleos não estejam a dar a resposta adequada, nomeadamente passando-os a delegações ou através de contactos locais.
A velha questão do voluntariado ou da profissionalização das pessoas afectas ao funcionamento da Associação também deverá ser alvo de debate e discussão. A actividade da Quercus sempre esteve baseada no voluntariado mas existem já inúmeros casos de dedicação exclusiva à Associação que actualmente se revelam imprescindíveis e muitas vezes ainda insuficientes.
Julgo que as colaborações remuneradas poderão surgir num quadro de auto-sustentabilidade financeira de determinados projectos específicos. Existem já vários exemplos deste género na Associação. O Centro de Informação e Resíduos (CIR) é um dos exemplos, mas funciona bem apenas porque os seus colaboradores a “tempo inteiro” desenvolvem a sua acção com muito espírito voluntarioso (no bom sentido da palavra).
No entanto, o voluntariado deverá continuar a ser a base do funcionamento da Quercus e nunca nos pudemos esquecer de manter uma grande proximidade com os cidadãos, especialmente aqueles que comungam connosco as mesmas preocupações ambientais.
Hélder Spínola Presidente da Direcção Nacional da Quercus QUERCUS Ambiente nº. 6 (Abril/2004)
