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Entrevistas
“Sou um leigo que acredita na justiça e em valores e que quer defender a Terra e os que não têm voz“
Uma escala técnica, em Lisboa, do navio “Esperanza” do Greenpeace, permitiu-nos conhecer o seu actual capitão, Jonathan Castle. Duas décadas e meia de activismo ensinaram a este “leigo” de 54 anos, celebrados nesta paragem, o real valor da amizade, da confiança e da responsabilidade. No Greenpeace já comandou quase todos os navios, incluindo o primeiro “Rainbow Warrior”, afundado em 1985 pela secreta francesa.

Entrevista a Jonathan Castle, capitão do "Esperanza"
Quando aderiu ao Greenpeace e há quantos anos é capitão nos barcos da organização?
Aderi ao Greenpeace em 1978. Quando era novo fui trabalhar para o mar. Mais tarde, na marinha mercante, recebi formação e quis fazer algo mais do que ter apenas um trabalho normal. Entrei em contacto com um grupo que queria levar livros banidos pelo Apartheid até à África do Sul. Era gente boa, mas muito pouco prática e quando se usa barcos tem de se ser muito prático. Através dessas pessoas entrei em contacto com a associação Peace News, que tinha um escritório em Londres. Quando lá fui disseram-me que havia uns tipos no andar de cima chamados “Greenpeace” e eu fui visitá-los. O Greenpeace começou mais a sério em 1972, no Canadá, mas depois esmoreceu e só foi reanimado em Londres, uns anos mais tarde, por um grupo de pessoas que comprou uma velha traineira chamada Sir William Hardy, mais tarde baptizada de “Rainbow Warrior”. Depois de os conhecer fui ver o barco, que estava muito enferrujado, com muito mau aspecto à superfície mas com uma estrutura com algum potencial, e decidi ajudá-los durante alguns meses a prepará-lo. Juntou-se um grupo muito interessante de pessoas, todos voluntários, que investiram muito trabalho e amor nesse barco. Fiz grandes amizades que, afinal, são o que conta. No fundo teve muito a ver com as pessoas que conheci, pois nem sequer sabia muito sobre questões ambientais…

E pouco tempo depois desse primeiro contacto, foi um dos primeiros capitães do Rainbow Warrior?
Sim, fui o terceiro. Em 1978, no primeiro ano, fui o Primeiro-imediato e no ano seguinte passei a capitão. Era um barco muito bom, muito mais pequeno do que este, mas com muito bom comportamento no mar. Naquele tempo era tudo muito excitante… Agora que o Greenpeace existe há algumas décadas, há já uma expectativa criada na opinião pública sobre o nosso trabalho. Mas nos primeiros anos era tudo novidade. Quando navegávamos naquele ridículo barquinho às cores, ninguém sabia quem éramos e de repente eram surpreendidos ao ouvir-nos falar das baleias, ou quando lhes bloqueávamos os barcos.

Como sentiu a perda do primeiro Rainbow Warrior, afundado pela secreta francesa, e a morte do fotógrafo português Fernando Pereira?
Nessa altura eu estava na Holanda e nesse dia exacto tinha ido a um estaleiro, na Polónia, porque o Greenpeace tinha acabado de comprar outro navio, o MV Greenpeace, bastante maior que o Rainbow Warrior, com o objectivo de viajar até à Antártida para lá começar uma base. Toda a tripulação do Rainbow Warrior era composta por amigos pessoais, de quem eu gostava muito. Foi um grande choque. O Fernando Pereira era um amigo que acabou por ser assassinado. Praticamente nunca perdemos ninguém numa acção e nem sequer tivemos acidentes graves, embora já tenham ocorrido acidentes graves fora das acções, sobretudo em treinos. As duas bombas que afundaram o barco eram de grande potência, para uso em barcos maiores, o que provocou grande destruição e o seu afundamento muito rápido. Tudo aconteceu perto da meia-noite, pelo que seria de esperar um número muito maior de mortes. O Fernando nem sequer devia lá estar ainda, porque deveria ter ido embora uma semana ou duas antes. Toda a restante tripulação estava a preparar-se para a próxima viagem a Mururoa. Foi um milagre não ter morrido mais gente. Quando recebemos a primeira notícia do afundamento pensámos que o número de mortos seria maior. Apesar da morte do Fernando ter sido uma tragédia, é fantástico que mais ninguém tenha morrido. No camarote do capitão, onde duas pessoas deveriam estar a dormir, entraram pedaços do motor através do convés, pelo que se lá estivessem teriam sido mortos também.

Vê nisso um milagre? É uma pessoa espiritual?
Interesso-me muito pelo meu lado espiritual, que é algo negado pelo mundo moderno. Mas não sou uma pessoa muito esotérica, embora haja muita coisa que desconhecemos. Às vezes há muitas coincidências, coisas que parecem algo mais do que normais, que são encorajadoras. Por exemplo, na acção da Brent Spar, uma campanha difícil: quando a BP recebeu autorização para afundar a plataforma nós estávamos a apenas três milhas dela, a pensar que não poderíamos fazer mais nada, que a batalha estava perdida e, de repente, surge um magnífico arco-íris duplo sobre a plataforma, o mais colorido arco-íris que havíamos visto, e aí eles começam a alterar a sua rota [depois de BP decidir desmontar a plataforma, em vez de a afundar]. Ok, foi uma coincidência, mas pareceu-nos algo mais que isso… Noutras ocasiões, os golfinhos parecem aparecer no momento certo, ou quando estamos desanimados…

Trabalhar há tantos anos como capitão deve deixar um legado de inúmeras histórias como essa…
Histórias… algumas pessoas são boas nisso e nós precisamos de histórias. Nas nossas vidas carregamos a nossa própria biblioteca de histórias connosco. Quando contamos uma a alguém passa a ser uma coisa diferente e não há problema nisso. É muito engraçado envelhecer e ver como uma pessoa vai mudando. Algumas pessoas têm uma série de teorias, que passam pela reencarnação, mas não estou certo de nada disso. Sei apenas que começamos em determinado ponto e num sentido não mudamos muito, mas noutro somos subtilmente mudados pelos acontecimentos ao longo da vida. Creio que tenho tido muita sorte de muitas formas porque pude testemunhar muitas coisas.

Alguns desses momentos foram momentos difíceis. Há algum que queira destacar?
Há diversos tipos de momentos difíceis. Alguns têm apenas a ver com o pilotar o navio sob mau tempo. Já estive em Mururoa três vezes, uma delas num pequeno iate, apenas com três pessoas. Estar assim em grupo ajuda, os elos humanos que se criam, mesmo sob mau tempo, permitem que nos apoiemos uns aos outros. Outras vezes estamos apenas por nossa conta e esse é outro tipo de dificuldade.

Ser Capitão de um navio destes é um trabalho solitário?
Não sou apenas Capitão. Também participo nas acções como activista. É importante o facto de eu ser um “amador”. Embora seja um homem do mar com alguma experiência, estou aqui como um cidadão normal. De certa forma, não sou um ambientalista profissional, sou um leigo que acredita na justiça e em valores e que quer defender a Terra e as pessoas que não têm voz. Quero estar deste lado. Ninguém me poderia pagar para fazer isso… é o que eu quero fazer como ser humano. Sou um tipo normal, que faz coisas. Muitas vezes nas nossas acções acostamos o navio num porto e fazemos as acções em terra e esse trabalho também é importante para mim.

Mas contava a história de Mururoa…
Nessa ocasião, no pequeno iate onde éramos apenas três, durante a noite podemos sentir-nos um pouco solitários, sobretudo porque estávamos rodeados por navios da marinha de guerra aos quais tentávamos escapar. Acabaram por vir a meio na noite e disseram-nos que havíamos ultrapassado o limite, o que quis dizer que se lhes esgotara a paciência, e fomos detidos. Antes disso acontecer há algum stress em não ser apanhado, porque o objectivo é ficar o máximo de tempo possível na zona, de forma a manter o protesto… É difícil pensar em termos de “momentos difíceis”. Difícil foi depois de o Rainbow Warrior ter sido sabotado e afundado, termos ido com o MV Greenpeace, que chegou cerca de 6 semanas depois a Mururoa, e não nos podermos envolver em acções demasiado arriscadas pois não nos podíamos dar ao luxo do navio ser apreendido, porque tínhamos a bordo todo o equipamento para a missão na Antártida para a campanha seguinte. Mas os meus amigos estavam lá de novo com o seu pequeno iate, o Vega, e voltaram a navegar até à zona proibida. E esse foi um mau momento. Ver os amigos partir para uma zona de perigo e eu ter de ficar de fora… Isso foi difícil, porque é importante estar com os amigos nos momentos difíceis.

Foi mais difícil essa separação do que quando o vosso barco foi abordado por comandos franceses em 1995?
Sem dúvida. Quer dizer, já dispararam sobre nós algumas vezes… Felizmente poucas…

Uma delas em Portugal, aqui bem perto no Poço do Bispo…
Sim, de facto…

E chegam mesmo a ser detidos e acusados?
Sim, mas as acusações acabam por ser retiradas de uma forma ou de outra. Ou então, tentam ir atrás do nosso dinheiro, processando-nos… Actualmente temos bastante dinheiro, mas mesmo assim não deve ser desperdiçado em multas…

Em 1997, a BP processou-o a si e ao Greenpeace em 1.4 milhões de libras pelos prejuízos económicos alegadamente causados pela ocupação das instalações da plataforma petrolífera Stena Dee. Mais tarde a BP retirou o processo. Como reage a este tipo de situações?
Essa é uma fraqueza crescente. A British Nuclear Fuels, por exemplo, tem várias injunções contra nós, que nos proíbem de aproximar dos navios deles, caso contrário começamos a pagar uma multa. Além disso, há uma nova legislação chamada International Ship and Port Facility Security, adoptada em tempo recorde depois dos ataques do 11 de Setembro, que se aplica a todos os navios da marinha mercante, e que embora se destinasse à ameaça terrorista, foi feita de forma a manter uma definição muito abrangente de “terrorismo”. Agora, as coisas que fazemos podem ser interpretadas à luz dessas normas como “terrorismo”. No futuro teremos mais esta dificuldade quando esta norma for usada contra nós.

Já este ano, em Cherburgo (França), foi detido em conjunto com outros dois activistas, e acusado de entrar ilegalmente numa área militar. Como está este processo?
Por enquanto o caso só foi analisado por um tribunal civil de primeira instância, que concluiu não ter competência para o julgar. Éramos apenas três a bordo do pequeno veleiro e agimos a título individual. Este tribunal devolveu o veleiro ao seu proprietário e agora estamos a aguardar para ver se a acusação leva o caso para um tribunal superior.

Quantos barcos tem o Greenpeace actualmente?
Apenas três, embora no passado tenhamos atingido os oito. Actualmente temos o “Esperanza”, o “Artic Sunrise” e o “Rainbow Warrior II”.

É muito caro manter um barco como o “Esperanza”?
É bastante caro, mas gerimo-lo de forma eficiente, reduzindo ao máximo o desperdício. Quanto maior é o navio mais “formal” e organizada deve ser a sua gestão. Este navio em particular está inserido num programa internacional de qualidade, verificado anualmente, desde os motores ao resto do navio. Em comparação com muitos barcos, este rege-se por padrões muito exigentes. Sai um pouco mais caro, mas compensa.

Têm de contratar técnicos exteriores?
Os nossos são muito bons e capazes de assegurar essa manutenção. Para o sistema de motores eléctricos que temos, por exemplo, temos um chefe-de-máquinas que trabalhou na fábrica onde esses motores foram construídos, pelo que pode ser ele a fazer a sua revisão e manutenção. Isso poupa-nos imenso dinheiro, pois não temos de trazer técnicos de terra. Temos gente que consegue reparar inclusive problemas electrónicos, melhor que os técnicos oficiais, que cobram fortunas para virem consertar um rádio e por vezes fazem-no mal. Mas continua a custar uma fortuna, obviamente...

Como é o dia-a-dia entre acções e campanhas?
É muito agradável... Faz-me inclusive sentir um pouco culpado, pois é uma vida boa, sobretudo em comparação com um barco normal. Aqui estamos no meio de gente simpática, interessante, de várias nacionalidades, comemos comida biológica sempre que possível... Além disso, a estreita ligação que criamos advém do objectivo comum, um bom objectivo, que atrai gente muito boa, e que nos permite conhecer pessoas como vós em todo o mundo...

Que influência têm as tripulações nos processos de decisão das campanhas?
Tentamos ter um planeamento a longo prazo das campanhas de forma a haver alguma coerência, embora haja sempre uma grande de flexibilidade. As tripulações conhecem esse planeamento e sabem o que é provável que venha a ser feito. No entanto, quando se começa uma campanha específica, os coordenadores de campanha reúnem com o capitão ou com outras pessoas experientes da tripulação antes de tomarem qualquer decisão sobre o que fazer. Depois, quando passamos à acção, eles juntam-se a nós e juntos planeamos quem faz o quê. Além disso, recebemos mais activistas, que juntamos à tripulação que é mais experiente. Não queremos apenas receber uma equipa de activistas profissionais que deixamos algures para uma acção... Isso não funcionaria bem...

Costumam também receber um coordenador para cada acção?
Sim, e não temos problema com isso, desde que a pessoa trabalhe cooperativamente isso dará força à equipa. Mas por vezes deviam ter mais cuidado em quem escolhem para cada tarefa, pois as pessoas erradas são colocadas a fazer o trabalho errado. Os indivíduos contam muito, não contam? Dentro do Greenpeace, como dentro de qualquer outro grupo de pessoas, mantemos o debate normal no sentido de impedir que nos tornemos demasiado corporativos. Por outro lado, temos de ser razoavelmente eficientes. Há uma grande necessidade de sermos democráticos em sentido lato, democráticos pode significar muitas coisas, mas deve significar que todas as pessoas envolvidas em determinado projecto têm uma palavra a dizer, têm de sentir-se parte do processo. Não basta dar-lhes ordens, porque isso não as envolve verdadeiramente. Porque a cada momento queremos apenas um mundo melhor, e esse mundo deve ser um em que cada pessoa assuma o seu próprio sentido de responsabilidade.

De quanto tempo são as suas missões como capitão?
De momento, duram três meses. Depois disso virá outro capitão. No passado ficava bastante tempo, não era tão organizado. Houve uma altura em que havia apenas uma tripulação e praticamente vivíamos o ano inteiro no navio, só parando um mês para descansar e depois voltar. Progressivamente tornou-se num sistema muito organizado, de três meses no mar e três em terra.

É fácil lidar com uma tripulação internacional?
É bastante interessante. Embora precisemos de alguma continuidade, também precisamos de sangue novo. E quase todas as pessoas novas que vêm para bordo, muitos deles muito novos, são pessoas muito empenhadas, o que é encorajador, porque quando estou em casa (no Sul de Inglaterra) vejo muitos jovens sem fazer nada, e isso entristece-me. É o caso da jovem Anne, por exemplo, cujo aniversário também foi celebrado aqui em Lisboa. Fizemos uma acção muito difícil que passava pela abordagem a uma traineira e ela foi enviada à frente e nós estávamos um pouco indecisos nessa decisão, mas ela fê-lo com imensa auto-confiança e coragem, e sem qualquer problema e isso é óptimo.

Quem pode tornar-se membro da sua tripulação?
Precisamos de gente com experiência técnica em várias áreas, desde a marinha mercante à engenharia mecânica e naval, até electricistas, médicos ou enfermeiros, operadores de rádio. Além disso precisamos de pessoas sensíveis que se preocupem muito com o ambiente e que sejam práticas. A característica que mais me impressionou no Greenpeace, ou que acabou por caracterizar a organização, foi ter os ideais mas também o pragmatismo, as duas coisas são necessárias. Pode tender-se mais para um lado ou outro, mas são precisas as duas coisas. Um barco é por si próprio um pequeno mundo, cheio das pequenas coisas que são necessárias ultrapassar antes de se começar a fazer o que quer que seja, isso basta para unir a tripulação, que acaba por ser muito mais eficaz do que qualquer outro grupo de pessoas em terra, porque se habituam a confiar uns nos outros e a ter um tipo de disciplina pessoal totalmente diferente de uma disciplina militar, porque se baseia nas realidades da vida e não apenas na autoridade. Vivemos muito próximos uns dos outros e todos os problemas pessoais ficam à mostra e não podem ser escondidos. Têm de ser resolvidos cara-a-cara. Por isso, as pessoas que vêm têm de saber estar com outras pessoas, e serem adaptáveis, práticas.

Na tripulação actual quantos são voluntários?
Neste momento são apenas três voluntários, mas ainda há pouco tempo tínhamos mais. Ou seja, a maioria são contratados sem termo ou com contratos de três meses.

Que campanha ou acção o marcou mais, ou se sentiu mais útil?
A “Brent Spar” foi uma boa campanha. Surgiu quase do nada, subitamente e não seguiu o planeamento normal. Embora na altura não estivesse a trabalhar para o Greenpeace, as pessoas envolvidas na preparação da acção ligaram-me e pediram-me ajuda e eu aceitei. Foi tudo muito rápido, toda a preparação do material e dos barcos e a viagem até à plataforma que estava no meio do Mar do Norte. Viver a bordo da plataforma foi uma experiência fantástica. A plataforma fora abandonada há alguns anos. Estava sempre a balouçar suavemente e tinha longos corredores circulares. Foi muito interessante andar por ali, naqueles corredores cujo final não se via, com as portas de um lado e de outro a abrir e a fechar e inúmeras salas para explorar. Era uma plataforma enorme onde estivemos durante três semanas, que nos pareceram anos [risos]. Foi um momento muito especial, em que foi importante manter a integridade do grupo, manter as pessoas unidas.

O que o preocupa mais actualmente?
Vivemos tempos difíceis devido ao actual sistema económico internacional, baseado no capitalismo desenfreado. Os governos prescindem cada vez mais do seu poder, cedendo-o às multinacionais. O conceito de democracia que levou centenas de anos a pôr em prática está em risco e é esvaziado todos os dias. Até agora temos lutado sobretudo no terreno, mas longe do terreno há pessoas que mudam todo o cenário, o que torna tudo muito difícil. Além disso, alguns eventos catastróficos e trágicos, relacionados com as alterações climáticas, irão ultrapassar-nos completamente. Isso irá certamente fazer com que as pessoas mudem. A sociedade baseada na justiça, na igualdade, tem de voltar a essa base e assumir o respeito pelo que existe na terra. E precisamos de manter viva a ideia dos valores espirituais, valores que dêem sentido à vida. Provavelmente, teremos todos de ser os nossos próprios gurus, os “guerreiros do arco-íris” [Rainbow Warriors].

Luís Galrão
QUERCUS Ambiente n.º 11 (Dezembro/2004)
 
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